quarta-feira, 7 de abril de 2021

DA SERRA DA COLÔNIA A BOM JESUS (As novas descobertas sobre a história de Tuparetama-PE)


 

Hesdras Souto, Sociólogo, Pesquisador e Presidente do Centro de Pesquisa e Documentação do Pajeú (CPDoc-Pajeú) - e-mail: hesdrassouto@gmail.com

Aldo Branquinho, Sociólogo, Pesquisador, Professor e Membro-Fundador do Centro de Pesquisa e Documentação do Pajeú (CPDoc-Pajeú) - e-mail: aldobranquinho@servidor.uepb.edu.br

 

No dia 6 de fevereiro de 2021, pesquisadores do Centro de Pesquisa e Documentação do Pajeú (CPDoc-Pajeú) estiveram na Serra da Colônia, zona rural de Carnaíba (PE) para conhecer o local cuja fama perpassou os séculos. No local encontra-se a antiga Fazenda Colônia, que no passado pertenceu à família Moraes, cujos principais expoentes foram Pedro Rufino de Almeida Baptista, conhecido como “Batistão do Pajeú”, revolucionário da Revolta de Quebra-Quilos, casado que foi com Balbina Maximiliana de Moraes, pais de Manoel Baptista de Moraes, imortalizado com a alcunha de “Antônio Silvino, o Rifle de Ouro”.

Uma das referências mais antigas à existência da fazenda Colônia, que remete ao século XVIII, está contida no Livro do Vínculo da Casa da Torre (1778-1779), um documento valiosíssimo descoberto por Valdir José Nogueira de Moura, encontrado num velho baú na Fazenda Escadinha, atual município de Serra Talhada (PE). O exemplar original encontra-se sob a guarda do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), foi transcrito por Yony Sampaio e publicado pelo Centro de Estudos de História Municipal (CEHM), em 2012. Esse livro contém uma relação das fazendas e sítios sob domínio da Casa da Torre da Bahia, nos Sertões Pernambucanos, que eram arrendados a famílias de origens baianas, pernambucanas, cearenses, paraibanas e algumas de origem portuguesa. 

Nesse livro existem duas referências à Colônia quando trata de sítios de plantar e brejos de matas. Quando se submete a uma leitura comparada com a toponímia atual, verifica-se tratar-se de áreas que estão situadas na parte norte do atual município de Carnaíba (PE). Abaixo, transcreve-se trecho do Livro do Vínculo em que se destacam os topônimos Brejo da Colônia, Campos da Colônia, Brejo das Quintas e Logrador de Santo Antônio – santo sob cuja invocação foi erigida a Capela de Santo Antônio da Colônia:   

“1. Brejo da Colônia – rendeiro Luis Barbosa Cognominho, 4$

2. Brejo das Quintas – Sebastião Álvares Feitosa, 4$, este estremando com o Logrador de Santo Antônio, cabeceira do Riacho da Laje, que divide águas com os campos da Colônia.” – Livro do Vínculo, p. 42.

As genealogias das terras da Colônia e das famílias que as ocuparam ainda estão por serem feitas. Como essas terras passaram da Casa da Torre para o domínio dos rendeiros e desses para a família de Antônio Silvino, até chegar nos atuais proprietários é uma questão que para ser satisfatoriamente respondida requer muita pesquisa historiográfica. O fato é que, atualmente, a Fazenda Colônia compreende imóveis denominados de Sítio Colônia e Riacho da Colônia e pertence a vários pequenos e médios proprietários. Segundo o Cadastro Nacional do Incra, os quatro imóveis que compõem o Sítio Colônia pertencem a integrantes da família Góes e ocupam uma área de 165 hectares, aproximadamente. Já os 23 (vinte e três) imóveis que compõem o Sítio Riacho da Colônia, pertencentes a proprietários de várias famílias, ocupam uma área aproximada de 117 hectares. O que se leva a crer que a área original da Fazenda Colônia não superava em muito os 282 hectares.

Na parte mais central da Fazenda existe uma capela sob invocação de Santo Antônio, um engenho com moenda bem antiga e duas casas construídas em estilo colonial, característico da passagem do século XIX para o século XX. Na capela existe uma linha central (também conhecida como brabo) que sustenta o telhado onde está gravada uma inscrição com a data de 1801. Mas, para além dessas construções que ainda resistem ao tempo, a antiguidade da Fazenda pode ser demonstrada por um conjunto de documentos que incluem tanto batismos, casamentos e óbitos de índios e africanos escravizados, quanto de pessoas muito ricas. 

Um aspecto muito comum nos interiores do Nordeste brasileiro era a utilização das áreas das capelas (inclusive seus interiores) para a realização de todos os sacramentos que exigiam a fé católica e envolvia a vida dos indivíduos desde o nascimento até o sepultamento. Nesse sentido, a Capela de Santo Antônio da Colônia serviu de palco para todos os atos eclesiásticos de uma vasta região que compreendia áreas como a ribeira do Piancó, na Capitania e Província da Parahyba do Norte e da Ribeira do Pajeú, da Capitania e Província de Pernambuco. 

Tanto a documentação quanto a história oral dos atuais frequentadores e mantenedores da capela indicam que nela ocorreram inúmeros sepultamentos, algo que supomos ter sido muito comum pelo menos até a década de 1850, quando irrompeu a epidemia de Cólera Morbus, no Sertões Nordestinos. É possível que desde essa época os sepultamentos do povo daquela região tenham cessado de ocorrer no interior da capela, para ocorrer nos seus arredores. Um morador de Ibitiranga, distrito de Carnaíba (PE), frequentador do templo, relata sobre a existência de um cemitério desativado, localizado na parte de trás da igrejinha, onde ainda restam resquícios de sepulturas.

Mas o que une a história dessa parte do município de Carnaíba (PE) a Tuparetama (PE)? Da mesma forma que no caso da Colônia, uma das referências mais antigas à fazenda Bom Jesus está no Livro de Vínculo da Casa da Torre (1778-1779), já referido. Antes dessa indicação relativa à Bom Jesus existe uma referência - datada de 1738[1] - às fazendas São Pedro, Grossos e Ingazeira, nessa região das cabeceiras do Pajeú, o que torna plausível a hipótese de que a área, que hoje compreende o município de Tuparetama (PE), já se encontrava ocupada pela colonização branca, na primeira metade do século XVIII, justamente por estar situada entre essas outras fazendas. O fato é que no Livro do Vínculo consta a fazenda caracterizada da seguinte forma: 

“Fazenda Bom Jesus, sendo rendeiro Carlos Ferreira Colaço, extremando rio acima na Malhada de João de Couras e pelo rio abaixo no Poço do Souza e para o sul com as vertentes nas Malhadas do Riacho Novo e para baixo, na Baixa do Toco terras da fazenda de Santa Ana e o norte com os Campos Gerais que ficarão servindo de fundos…”  – Livro do Vínculo (1778-1779), p.45.     

A descrição acima é compatível com outro documento trazido à tona também por Yony Sampaio. Trata-se de um extrato de escritura pública de compra e venda anexado em uma ação promovida, em 1936, por Manoel Barbosa Espindola, sua esposa, Maria dos Anjos Barbosa e Antônio do Prado Xavier, casado que era com Maria Theresa de Jesus (sogra de Manoel e mãe de Maria). O fato é que nesse processo, os(as) atores(as) se declaram moradores e possuidores de partes de terras no Sítio Santo Izidro, havidas por herança de seu trisavô e bisavô João do Prado Ferreira (ou João Ferreira do Prado, apelidado de Jambinho), que por sua vez, herdou terras de seu pai Miguel Ferreira de Brito. Essas informações analisadas à luz da escritura abaixo transcrita, torna plausível mais uma hipótese: as terras da Fazenda Bom Jesus, que foram adquiridas por três irmãos (André Ferreira da Costa, Miguel Ferreira de Brito e Francisco Ferreira da Costa, também irmãos do rendeiro Carlos Ferreira Colaço, acima referido) envolviam desde as terras próximas ao distrito de Riacho do Meio,  inclusive as terras do Sítio Santo Isidro e outras limítrofes com as águas do Cariri, na Capitania e Província da Paraíba – em que estavam inseridas as terras de Buenos Aires, Cachoeira do Felix e Cipó, do atual município de São José do Egito (PE):

“A 17.5.1790, o tenente João Marinho Falcão, como procurador de Jacinto José Benevides e sua mulher D. Manoela Maria de S. José Burgos Pacheco, moradores na cidade da Bahia, em casa de morada de João da Graça Sampaio, e como compradores André Ferreira da Costa e Miguel Ferreira de Brito e Francisco Ferreira da Costa, negociam o sítio Bom Jesus, tendo como limites: “nascente com João de Coura para cima, onde se acha uma catingueira; para o poente, com a [fazenda] Santa Anna, no lugar Poço de Souza; ao sul extrema com Felix Pais e águas do Cariri; ao norte com terras de Manoel de Souza, morador nos Campos Geraes”, por 270$000, escritura feita nesta fazenda de São Pedro do Pajeú em 1791”.

Chama a atenção nos dois textos a coincidência das confrontações descritas no século XVIII com a toponímia atual. Para situar o leitor é preciso esclarecer alguns nomes que constam na transcrição acima. ‘João de Coura’ (ou ‘João dos Couros’) é um lugar ainda muito referido pelos cidadãos de Tuparetama, trata-se de uma zona limítrofe entre as antigas Fazendas Bom Jesus e Grossos, que hoje está inserida nas terras da Fazenda Viladão, à medida que se parte de Tuparetama (PE) em direção ao povoado Grossos, município de São José do Egito (PE). ‘Santa Anna’ (hoje Santana) pertencentes a várias famílias dentre elas os Tunú, os Souza Galvão. ‘Campos Geraes’ (ou Campo Geral), que também é um topônimo em uso, é uma região localizada à direita da estrada que liga a cidade de Tuparetama (PE) ao povoado de Riacho do Meio. E as terras de Felix Pais, provavelmente, tratam-se do que hoje se conhece por Cachoeira do Felix (entre Cipó e Buenos Aires, no mesmo município de São José do Egito-PE).

Diante do que foi descoberto por Yony Sampaio e pelas análises que o CPDoc tem empreendido, pode-se especular que as terras de Bom Jesus tenham mais de 280 anos de história de colonização branca documentada (e certamente com bastante documentação ainda por ser descoberta e evidenciada). É importante destacar que foram protagonistas de sua ocupação e conformação social, geração após geração, além de inúmeros indivíduos e famílias de indígenas e africanos submetidos à escravidão, integrantes de troncos familiares, com presença forte de casamentos endogâmicos, em que figuram sobrenomes Ferreira da Costa, Ferreira de Brito, Ferreira Colaço, Ferreira do Prado, Prado Xavier, Cunha Siqueira, Alves da Cunha, Nogueira de Carvalho.   

Essa digressão à documentação do século XVIII tem o intuito de vincular esses acontecimentos do passado a um lugar e a uma pessoa: a fazenda Fortuna e o Sr. Benedicto de Maria Lima, cujo filho Manoel Benedito de Lima foi o ator social muito referido e tido como o fundador de Tuparetama, personagem central do Livro do Município de Tuparetama (Organizado por Tárcio José de Oliveira Silva, 1999).

Consta no livro que a família “Benedito” tem origem em quatro irmãos que vieram de Portugal e “adentrando o Sertão” fixaram-se no Sítio Fortuna, após comprá-lo de uma viúva de nome Aninha, “senhora conhecida na época por sua riqueza e pela grande quantidade de terras que possuía, incluindo, provavelmente, a área onde temos hoje a cidade de Tuparetama” (SILVA, 1999. pág. 103).

A viúva Aninha, de acordo com as análises genealógicas empreendidas por Yony Sampaio, chamava-se Dona Ana Quitéria de Moraes. Assim como a mãe de Antônio Silvino, Dona Balbina Maximiliana de Moraes, era natural do distrito de Colônia, e provavelmente filha do capitão Antônio Pereira de Moraes, um dos proprietários da Fazenda Colônia. Casou em primeiras núpcias com Francisco Ferreira Cavalcante, com quem teve 10 filhos. Após a viuvez casou-se novamente com Gonçalo Ferreira de Siqueira ou Gonçalo Ferreira Brito da Costa, com quem teve uma filha, também de nome Ana, ficando novamente viúva desse casamento. Sabe-se a viúva Aninha e seus herdeiros estiveram na Fortuna até, pelo menos, a década de 1860, conforme aponta a documentação eclesiástica quando se referia ao local de moradia dela e de alguns que se casaram ou batizaram filhos nesse período.           

Diante do que já foi exposto, é provável que ela tenha casado com dois primos descendentes das famílias já mencionadas que foram rendeiras da Casa da Torre e que posteriormente legalizaram sua posse através de compra da Fazenda Bom Jesus, em 1790, quando a Casa de Burgos ganhou ação judicial sobre a Casa da Torre.

Essa relação das pessoas da Colônia com as pessoas da Fortuna e das terras que a circundam foi fundamentada, portanto, num intercâmbio que envolve terras e matrimônios. Outro exemplo desse caso é o de Pedro Rufino de Almeida Batista e dona Balbina Maximiliana de Moraes (pais de Antônio Silvino), que antes de irem morar na Colônia era moradores nas terras do sítio Liberdade (próxima à Fortuna e a Tuparetama-PE).  

O fato é que Antônio Silvino era trineto de Miguel Ferreira de Brito (falecido em 1829) e Antônia da Cunha Siqueira (falecida em 1856, de Cólera Morbus), dois dos primeiros proprietários da Fazenda Bom Jesus, como demonstra extrato de escritura de compra e venda trazida à tona por Yony Sampaio, outrora mencionada.

Já os avós paternos de Silvino (Antônio Bernardes de Azevedo Batista e Zeferina Lúcia de Brito), por sua vez, conforme inventário post-mortem[2] do avô, datado de 1856[3], eram proprietários da Fazenda Marias Pretas, no atual município de São José do Egito (PE), onde à época eram moradores, mas também do sítio de criar chamado Liberdade; do sítio de criar e plantar denominado Alagoa do Barro; do sítio Santa Anna; do sítio Várzea de Cima; de sítio de criar, no Riacho das Varas; do sítio Caiçara; do sítio Matinha; de sítio no Brejo, denominado Glória; de duas partes de terra na Ingazeira; do sítio Boa Vista, no distrito de Varas. Tem-se, assim, a noção da extensão original da Fazenda Bom Jesus, que envolvia terras que hoje fazem      

Sobre a relação da Colônia com a Fortuna e com Tuparetama no Livro do Município (1999, p. 105), existe a seguinte passagem: 

“O ‘Velho Benedito’, confirmando sua origem portuguesa, teria um envolvimento amoroso com uma cabocla conhecida por ‘Negra Manoela’, natural da Ingazeira, ‘irmã de criação’ ou protegida do cangaceiro Antônio Silvino. Dona de grande beleza, possuía longos cabelos negros denunciando talvez sangue indígena”. 

Em relação à citação acima, como foi baseada unicamente em relatos orais, até o momento, não se pode comprovar se realmente houve essa relação amorosa entre o Velho Benedicto e a ‘Negra Manoela’. Também não veio à tona, ainda, documento que comprove se realmente ela nasceu na Ingazeira, entretanto, se ela teve algum grau de parentesco ou relações de compadrio com a família de Antônio Silvino, é muito provável que ela tenha origens na Serra da Colônia, assim como a proprietária da Fortuna, Ana Quitéria de Moraes, que também era parente de Antônio Silvino. 

Detalhes sobre a vida da ‘Negra Manoela’ ainda permanecem pouco conhecidos (documentalmente), por isso não se sabe se era escravizada ou filha de escravizados, visto que a família Moraes os tinha (como já afirmado em nota de rodapé, após análise do inventário de Antônio Bernardes de Azevedo Baptista) ou se era de origem indígena, já que na Colônia também haviam indígenas, pelo menos até meados do século XIX, como é possível ser demonstrado pela documentação eclesiástica de Flores (PE). Mas é muito provável que Benedicto de Maria Lima tenha conhecido Manoela quando adquiriu parte do Sítio Fortuna a Dona Ana Quitéria de Moraes. Ademais, até o momento, deve-se lançar mão da história oral e interpretá-la à luz da documentação em análise. Nesse sentido, é importante fazer mais alguns apontamentos alicerçados nessa base documental e aventar hipóteses com graus elevados de plausibilidade.

Em 30 de março de 1886, Benedicto de Maria Lima aparece como testemunha em um processo criminal envolvendo os filhos da senhora Úrsula Xavier de Siqueira Campos (Anexo 1). Nesse processo, consta que ele era morador da Fortuna do Termo de Afogados da Ingazeira e natural do mesmo Termo. Já em outro processo criminal (Anexo 2) de 1890, também como testemunha, consta que o senhor Benedicto de Maria Lima era natural da vila de São João do Cariri, na Parahyba do Norte.

O senhor Benedicto foi casado com Anna Joaquina da Conceição e juntos tiveram dois filhos: Manoel Benedicto de Lima e José Benedicto de Lima. Entretanto, algumas curiosidades têm surgido com as pesquisas:

Primeira curiosidade: Não se sabe se o sobrenome de Benedicto (de Maria Lima) era realmente esse, pois, na certidão de batismo do filho Manoel (Anexo 3) aparece o nome Benedicto José Gomes, o que abre aventa a possibilidade de o “sobrenome” ‘de Maria Lima’ ser somente apelido, talvez por conta do nome da mãe. O mais curioso é que Benedicto assinava o ‘de Maria Lima’ nos documentos oficiais quando ocupou o cargo de Subdelegado de Polícia (Anexo 4). 

Segunda curiosidade: Na certidão de casamento de José Benedito de Lima (Anexo 5), casado em 9 de fevereiro de 1882 com Izabel Maria da Conceição, seu nome consta como sendo ‘José de Maria Lima’, o que levanta, novamente, as dúvidas sobre o uso de apelidos como sobrenomes. 

O que se sabe de certeza é que Benedicto de Maria Lima ocupou o cargo de subdelegado em São José do Egito (PE) e em Afogados da Ingazeira (PE), terminando sua vida como comerciante (capitalista), é o que informa o Almanak Laemmert: Administrativo, Mercantil e Industrial (RJ) de 1927 (Anexo 6).

Sobre o seu filho, Manoel Benedito de Lima, o livro que conta a história de Tuparetama traz a seguinte afirmação: “Manoel Benedito de Lima, capitão da Guarda Nacional” (SILVA, 1999. pág. 105). A respeito disso não foi possível acessar nenhum documento da época ou referência em jornais/gazetas/periódicos que cite Manoel Benedito de Lima como sendo membro da Guarda Nacional, seja como Capitão, seja como Coronel. O que se supõe, pela história oral, é que Manoel Benedito de Lima foi quem construiu a primeira casa de alvenaria no povoado de Bom Jesus, onde já existiam inúmeras moradas de taipa.

Entretanto, somente os livros de Carta-Patente da Província de Pernambuco poderiam dirimir essa dúvida, e confirmar se Manoel Benedito foi Capitão ou Coronel da Guarda Nacional ou se o seu título era algo não oficial. No momento oportuno o CPDoc-Pajeú irá ao Recife (PE) em busca das Cartas-Patente. 

É importantíssimo frisar que as pesquisas empreendidas pelo CPDoc-Pajeú ainda não se encerraram e o que foi dito acima, apesar de ser lastreado por documentos eclesiásticos e cartoriais da época, poderá ser ratificado ou retificado, a qualquer tempo, sempre que surgirem novos documentos contendo novas informações. Da parte do coletivo que integra o CPDoc, o apego à verdade é diretamente proporcional ao amor ao Pajeú. 

 

Referências Bibliográficas

 

CEHM. Livro de Vínculo do Morgado da Casa da Torre: contendo a relação das fazendas

vinculadas, valor pago pelos rendeiros, limites fundiários e logradouros: 1778 – 1779. Recife:

CEPE, 2012.

GONSALVES DE MELLO, José Antônio. Três roteiros de penetração do território

pernambucano (1738 e 1802). Monografia nº 3. Recife: ICH/UFPE/Imprensa Universitária,

1966.

SILVA, Tárcio José de Oliveira (Org). Livro do Município. Gráfica Asa Branca. Tuparetama. 1999. 



[1] Trata-se do “Caminho do Capibaribe”, uma rota que ligava a Praça de Olinda/Recife ao rio São Francisco pelos rios Capibaribe, Paraíba, Sucuru e Pajeú, descrito em documento oficial descoberto por (...) e transcrito por Gonsalves de Mello (1966), contido na publicação intitulada “Três Roteiros de Penetração do Território Pernambucano”.

[2] Onde constam referências às dívidas ativas, dívidas passivas, bens móveis e de raiz e à escravaria. Nesse inventário, por exemplo, são elencadas 28 pessoas escravizadas como propriedade do casal.

[3] Que também faleceu devido à Cólera.

 - ANEXOS -

Anexo 1

Anexo 2

Anexo 3

 Anexo 4 

Anexo 5

Anexo 6
 
ALGUMAS FOTOGRAFIAS DA SERRA DA COLÔNIA:
Fotos: Hesdras Souto/CPDoc-Pajeú 
 
Sede da Antiga Fazenda Colônia (Pertenceu a família de Antônio Silvino)

Antigo Engenho

Capela de Santo Antônio da Colônia

Vista da frente da Capela

Paisagem local.


 

6 comentários:

  1. Perfeito! Excelente iniciativa. Boa ferramenta para produção e divulgação do conhecimento. Parabéns Hesdras Souto e toda a equipe do CPDOC-PAJEÚ. Estamos juntos!

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  2. Minha gente! Eu estou simplesmente estupefato com a qualidade técnica da pesquisa de vocês! Um trabalho não apenas relevante, como também NECESSÁRIO para nosso melhor entendimento da nossa história e história de nosso povo/região. Lindo, lindo, lindo tudo isto que vocês vem fazendo em prol do resgate e elucidação de nossa história! Ganharam um fã daqueles bem "babões".

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    1. Nós agradecemos imensamente pelas palavras e elogios. Fazemos isso com o maior prazer do mundo. É muito gratificante poder saber um pouco mais da nossa linda história. Agradecemos demais pelo retorno! Espero nos encontrarmos novamente. Abraços da Equipe do CPDoc!

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  3. Ao cumprimentar V.Sas. peço gentileza em receber nossas humílimas saudações pela escorreita postagem, proporcionada pela distinta densidade intelectual e cultural dos autores. Acredito possuir detalhes importantes para acrescentar sobre o tema em tela, principalmente naquilo que tange às migrações do alto PAJAÚ até a ribeira do médio Capibaribe, atuais, Santa Cruz, Taquaritinga, Vertentes, Toritama, Frei Miguelinho, SURUBIM e Salgadinho. Tivemos a ventura de constatar migrações de famílias oriundas da atual região do município de S.J. do Egito-PE séc. XVIII e primeira metade do séc. XIX com destaque para as nucleações Grossos, HUMAITÁ, Moraes, Santa Rita, Mulungú, i.e.: Araújo-Pereira-Nascimento-Anjos-Menezes, todas com portentosa endogamia.

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